Catarinense é pioneiro em cirurgia cardíaca
O médico cirurgião catarinense Robinson Poffo, especialista que introduziu no Brasil uma nova técnica de cirurgia cardíaca vídeo-assistida minimamente invasiva, virou referência na área nacional e já recebe em Joinville, especialistas de várias partes do País e até do exterior. No mês de fevereiro, cirurgiões de Fortaleza (CE) estarão na cidade e, em março, ele recebe especialistas da Argentina.
Com isso, o médico já pensa em montar um centro médico em Santa Catarina que será pioneiro no Brasil na utilização dessa técnica. “Estamos propondo que esse centro seja referência nacional no treinamento de profissionais para realizarem esse tipo de cirurgia, que tem entre seus benefícios a rápida recuperação do paciente e o breve retorno dele às atividades habituais”, conta.
O especialista destaca que mais de 30 pacientes já foram operados com esse métodom, no Brasil, e que todos apresentaram bons resultados. As cirurgias que podem ser feitas com essa técnica são as de válvulas cardíacas e algumas cardiopatias congênitas.
Uma das principais diferenças entre esse novo método e o convencional é que a operação pode ser feita com o tórax do paciente fechado, o que reduz a incisão torácica de 30cm para 4 cm. Outra inovação é que a cirurgia pode ser feita pelo mamilo, utilizando os mesmos procedimentos de incisão realizados em cirurgias plásticas para a colocação de próteses de silicone.
Para realizar essa intervenção, o médico explica que são introduzidos instrumentos especiais e uma micro-câmera, por meio de pequenos orifícios no peito e na virilha do paciente. As imagens são transmitidas em tempo real para um monitor de vídeo de alta definição, o que permite ao médico ter uma visão ampliada, de aproximadamente 10 vezes o tamanho.
“O trauma em uma cirurgia com esse método é bem menor, o que torna a intervenção esteticamente menos agressiva, já que o corte na cirurgia tradicional é bem maior. Tudo isto leva á uma menor internação e regresso mais rápido do paciente para casa”, avalia.
Além dos benefícios estéticos, esse processo minimiza o corte, evita hemorragias, inflamações e dores. “No método tradicional o paciente fica internado por, no mínimo, 10 dias e só pode voltar a dirigir depois de 45 dias de recuperação. Com essa nova técnica, a internação diminui para sete dias e em dez o paciente já pode dirigir novamente”, destaca o coordenador.
O médico-cirurgião Robinson Poffo trouxe a técnica da cidade alemã de Leipzig, centro de referência no desenvolvimento de novas tecnologias para cirurgias cardíacas. No entanto, nem todo paciente, ainda, pode se submeter a essa nova técnica. “Fatores como a obesidade podem agravar o quadro clínico do paciente. Por isso cada caso deve ser avaliado de forma minuciosa”, considera o profissional.